Em meio ao mundo digital, a utilização de energia elétrica no dia a dia vem aumentando cada vez mais, o que possui reflexos tanto no consumo de energia do país como também no valor da conta que precisará ser paga no final do mês.
O consumo médio de energia elétrica nas casas brasileiras é de 152,2 kilowatt-hora (kWh), segundo o Laboratório de Eficiência Energética em Edificações, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Isso significa que, mesmo que o consumidor gaste a mesma quantidade de energia todo mês, sua conta pode variar a depender da bandeira tarifária vigente na época.
Agora, a notícia mais recente foi divulgada nessa semana pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), informando acionamento da bandeira vermelha patamar 1 para os consumidores de todo o país. Ou seja, a partir desse mês de setembro, as contas ficarão mais caras.
Pensando entender um pouco melhor como funcionam as bandeiras, preparamos o conteúdo a seguir, que aborda as características da bandeira vermelha de energia e o porquê ela entra em vigência como consequência da estiagem no Brasil.
Continue a leitura para entender os detalhes do mundo energético e das bandeiras tarifárias de energia!
O que são as bandeiras na conta de energia?
As bandeiras presentes na conta de energia são indicadores do custo em reais necessários para a geração de energia elétrica. Esse valor é dado pela ANEEL e contabiliza os gastos utilizados para a geração de energia usada nas casas, indústrias e estabelecimentos comerciais.
Sendo assim, cada cor da bandeira indica se a energia terá um custo maior ou menor dependendo das condições de geração de eletricidade. Isso depende totalmente da situação dos reservatórios das usinas hidrelétricas, que quando apresentam um nível baixo, gera impactos na produção de energia para atender o consumo.
Assim, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) é obrigado a utilizar usinas de geração mais caras como termoelétricas.
A bandeira verde indica que a conta não obteve nenhum valor acrescido, já a bandeira amarela demonstra um cenário de produção de energia não favorável — onde há um adicional de R$2,989 por 100 kWh consumido.
Existe também a bandeira vermelha patamar 1 e 2, que indica que, dentro daquele período, está mais caro gerar energia.
O que é a bandeira vermelha na conta de luz?
A bandeira vermelha sinaliza que as condições para a geração de energia elétrica estão mais custosas. Ela é dividida em dois patamares, onde ambos possuem o valor adicional cobrado proporcional ao consumo.
No primeiro patamar, há um acréscimo de R$ 4,46 por 100 kWh. Já no segundo patamar, que demonstra que os custos estão ainda mais caros, é aplicado o valor de R$ 7,87 a cada 100 kWh.
Em agosto de 2021, foi criada a chamada bandeira de escassez hídrica, que possui um custo de R$ 14,20 a cada 100 kWh — cerca de 50% mais cara que a vermelha do segundo patamar.
Quando acontece a bandeira vermelha?
A principal matriz elétrica do Brasil é a usina hidrelétrica, que utiliza a força da água nos reservatórios para geração de energia. O fato do país deter bacias hidrográficas extensas e rios caudalosos, fazem com que as usinas hidrelétricas sejam a primeira opção para geração de energia elétrica do SIN.
Sendo assim, em épocas onde os reservatórios estão cheios em decorrência das chuvas, os custos para a produção de energia são menores, já que há força motriz em abundância. Nessas épocas, geralmente, é a bandeira verde que fica em vigor em consequência da oferta de energia que aumenta, e o preço negociado diminui.
Por outro lado, durante períodos de estiagem, os reservatórios se esvaziam, dificultando a geração de energia nas hidrelétricas. Com isso, a oferta fica menor, e consequentemente o preço se eleva.
No caso do Brasil, o SIN utiliza termelétricas — elas são acionadas e o custo de geração de energia por esse meio impacta na decisão de qual bandeira será adotada.
Dessa forma, o custo para geração de energia pode aumentar e, consequentemente, a bandeira tarifária sobe de nível — e muda de cor, pois o preço da energia se eleva.
Como é gerada energia no Brasil?
A forma de geração de eletricidade mais comum no Brasil é pela força da água, isto é, pela energia hídrica. Segundo o Governo Federal, cerca de 55% da energia produzida no país provém de usinas hidrelétricas. O restante advém de outras fontes de energia renováveis e não renováveis, que também são produzidas dentro do país.
Como evitar a bandeira vermelha na conta de luz?
Os consumidores de energia no Brasil hoje estão divididos em duas partes: o Ambiente de Contratação Regulada, também chamado de Mercado Cativo, e o Ambiente de Contratação Livre (ACL), que recebe o nome de Mercado Livre de Energia.
A principal diferença entre eles está no tipo de contratação de energia: enquanto o primeiro deve seguir os valores estabelecidos pelas concessionárias de energia da região onde está localizado, o segundo pode firmar acordos diretos com as empresas geradoras e comercializadoras de energia.
Sendo assim, os chamados consumidores livres não possuem incidência de bandeiras tarifárias na conta de energia elétrica, já que podem escolher de qual empresa comprar a energia, além de definir o preço, prazo, volume e forma de pagamento diretamente com ela.
Estão incluídos nesse grupo apenas empresas conectadas em média ou alta tensão, ou seja, que possuem um alto consumo de energia, enquanto os consumidores residenciais e pequenas empresas são consumidores cativos de energia e para esse público, não é possível se desvencilhar das bandeiras tarifárias. Por ser vinculada ao governo, o preço da energia está ligado à ANELL, e cabe a ele delegar as tarifas para o consumidor final.
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Sobre o Autor
Gian Bariani
Redator e Analista SEO