A busca por fontes alternativas de energia é um dos grandes tópicos do cenário político-social do mundo. Questões como o aquecimento global e o uso de recursos finitos do planeta para geração de energia convencional fortalecem essa necessidade de inovação.  

Entre as diversas pesquisas e estudos, o óleo de palma surge como potencial fonte de produção de combustíveis avançados. Também conhecida como dendê, esse é um tipo de óleo vegetal extraído da fruta da palma-de-óleo (Elaeis guineensis).  

Essa planta é nativa da região africana, mas atualmente, é cultivada em diversas partes do mundo, principalmente em países tropicais como Indonésia, Malásia e, agora começa a ganhar espaço no Brasil. 

Mas por que a palma pode ser uma energia promissora para o futuro?

Características do Óleo de Palma

O dendê possui características específicas e que reforçam seu potencial como um biocombustível avançado gerado em escala industrial. Seus principais pontos são: 

Versatilidade: O óleo de palma é conhecido pela sua versatilidade e é amplamente utilizado na indústria alimentícia, cosmética e, mais recentemente, na produção de biocombustíveis. 

Eficiência na produção: As palmeiras de óleo têm uma produtividade elevada, gerando mais óleo por hectare em comparação com outras fontes de óleo vegetal, o que contribui para sua atratividade econômica. 

Cultivo sustentável: a palma é um exemplo de cultura que unifica a recuperação do bioma, a substituição de matérias-primas fósseis por renováveis e fortalecimento da economia de onde é cultivada, reforçando a geração de emprego e renda para a população local.

Razões para considerar a “Energia do Futuro”

Hoje, muitos pesquisadores afirmam que, a partir do óleo de palma, é possível falar de bioeconomia dentro dos setores elétrico, químico e de biocombustíveis, além do agronegócio. 

Segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o Brasil tem força para cultivar a palma de maneira sustentável nas áreas degradadas da Amazônia, cerca de 31 milhões de hectares. Isso equivale a produção de cerca de 34 mil megawatts de energia. 

Inclusive, o Brasil possui uma lei (Decreto 7.172) que permite o cultivo da palma nas áreas que foram desmatadas na região amazônica até o ano de 2007. 

Com o apelido de “pré-sal verde”, o óleo de palma carrega alguns pontos fortes para receber essa denominação:

  • Biocombustíveis Sustentáveis: O óleo de palma tem sido explorado como matéria-prima para a produção do “diesel verde”, um biocombustível mais sustentável em comparação com combustíveis fósseis. 
  • Eficiência na produção de energia: A alta produtividade das palmeiras de óleo contribui para a eficiência na produção de bioenergia, tornando-o uma opção viável para atender à crescente demanda energética global. 
  • Redução das emissões: O uso do óleo de palma em biocombustíveis pode contribuir para a redução das emissões de gases de efeito estufa, quando comparado aos combustíveis fósseis tradicionais. 

Desafios e controvérsias que o óleo de palma carrega

No cenário global de produção de óleo de palma, o Brasil ocupa atualmente a décima posição, conforme dados do United States Department of Agriculture (USDA). Apesar de ainda não liderar a lista, o país emerge como um protagonista promissor nesse setor.  

O epicentro da produção mundial desse óleo, amplamente consumido, está concentrado em nações como Indonésia, Malásia e Tailândia, que juntas detêm impressionantes 87% da produção global, totalizando cerca de 80 milhões de toneladas anuais.  

No entanto, o Brasil começa a desenhar sua trajetória ascendente nesse universo, revelando potenciais transformações no panorama internacional do óleo de palma. Mas essa crescente também liga um sinal de alerta quando o assunto são os impactos que essa jornada pode causar. Os dois pontos mais citados são: 

  • Desmatamento e impactos ambientais: A expansão das plantações de palma-de-óleo, muitas vezes, resultou em desmatamento e impactos ambientais negativos, incluindo perda de biodiversidade e emissões de carbono. 
  • Impactos Sociais: A produção em larga escala de óleo de palma também tem sido associada a questões sociais, como violações dos direitos dos trabalhadores e comunidades locais. 

A consideração do óleo de palma como “a energia do futuro” é uma perspectiva que leva em conta tanto os benefícios quanto os desafios associados a essa fonte energética. A busca por soluções sustentáveis e práticas ambientalmente amigáveis é crucial para garantir que seu uso contribua positivamente para o panorama energético global.